domingo, 26 de abril de 2015

Fumo

Poema Canção de Florbela Espanca

Longe de ti são ermos os caminhos
Longe de ti não há luar nem rosas
Longe de ti há noites silenciosas
Há dias sem calor, beirais sem ninhos

Meus olhos são dois velhos pobrezinhos
Perdidos pelas noites invernosas
Abertos sonham mãos cariciosas
Tuas mãos doces, plenas de carinhos

Os dias são outonos, choram, choram
Há crisântemos roxos que descoram
Há murmúrios dolentes de segredos

Invoco o nosso sonho, estendo os braços
E é ele, ó meu amor, pelos espaços
Fumo leve que foge entre meus dedos

E é ele, ó meu amor, pelos espaços
Fumo leve que foge entre meus dedos

Canteiros

Poema canção Cecilia Meireles

Quando penso em você fecho os olhos de saudade
Tenho tido muita coisa, menos a felicidade
Correm os meus dedos longos
Em versos tristes que invento
Nem aquilo a que me entrego
Já me dá contentamento

Pode ser até manhã, cedo, claro, feito dia
Mas nada do que me dizem me faz sentir alegria

Eu só queria ter do mato
Um gosto de framboesa
Pra correr entre os canteiros
E esconder minha tristeza

E eu ainda sou bem moço pra tanta tristeza
E deixemos de coisa, cuidemos da vida,
Pois se não chega a morte ou coisa parecida
E nos arrasta moço sem ter visto a vida

Eu só queria ter do mato
Um gosto de framboesa
Pra correr entre os canteiros
E esconder minha tristeza

E eu ainda sou bem moço pra tanta tristeza
E deixemos de coisa, cuidemos da vida,
Pois se não chega a morte ou coisa parecida
E nos arrasta moço sem ter visto a vida

O mostro


Vi um ser bem esquisito
Que matava seus semelhantes
Ele estava no poder
Destruindo,destruindo,destruindo
As matas com queimadas e serras elétricas
Matando fauna e flora
Extinguindo a vida
Poluindo água e solo
Aquele quadro me deixou horrorizada
Este monstro maldito só fazia destruir
Destruir,destruir,destruir
Usando seus próprios filhos
Fazendo deles marionetes
Dependentes químicos
Presos nas celas de suas mentes
Vendedores de seus próprios corpos
Como ratos expostos no lixo
Comedores e moradores nos lixões
Sem tetos
Jogados ao relento em plena praça pública
Manipulados por circo e palavras
E o que dói a própria alma
Era que esse terrível monstro meu Deus
Era o próprio homem

Releitura do poema O Bicho de Manuel Bandeira. Intitulado O Monstro autora: Nadjane Soares.

Esperança

As cores que fazem sua vida estão dentro do teu coração,
Diga qual a cor que desejas pintar seu dia,
Seu presente...

Caso decidas pintar seu presente com todas estas cores,
Terás um longo caminho de felicidade...
Porque em cada cor terás traçado o teu futuro. 


Autora: Nadjane Soares